Gosto bastante de trocar email ’s com uma das minhas irmãs, sobre assuntos que não têm nada a ver com a minha área! Ela envia-me artigos e opiniões sobre questões ambientais, eu envio-lhe sobre nutrição e saúde! Uma troca constante de conhecimentos, para crescer e aprender um pouco mais.
Ha uns dias atrás ela
enviou-me um vídeo, sobre um problema grave do nosso dia-a-dia, ao qual nem
sempre prestamos a atenção necessária. A sobrepesca.
[a sobrepesca
relaciona-se com o equilíbrio entre a actividade e a natureza. Considera-se
sobrepesca quando a exploração de determinada espécie, em determinada região,
deixa de ser sustentável. Segundo a FAO mais de 70% da pesca oceânica
está esgotada, justamente no momento em que a população mundial depende cada
vez mais dos recursos haliêuticos, como alimento e como meio de vida]
Depois
de o ver, respondi-lhe ao email, perguntando o que é que, na opinião dela pode,
uma pessoa normal, fazer no seu dia a dia, para tentar amenizar um pouco este
problema. Não sendo fundamentalista, gosto de perceber o que é que pode ser
feito, que não tem quase implicações na nossa vida, e que já pode ser uma
ajuda.
- A
resposta que ela me deu foi também simples. Uma resposta de uma pessoa que se
preocupa com o assunto, mas que sabe que não é com atitudes extremistas que se
conseguem as coisas, mas que com gestos simples no nosso dia-a-dia, podemos
ajudar a melhorar!
Aqui
segue:
"Sofia,
quem percebe mesmo de sobrepesca sabe que isto que eu vou aqui explicar é uma
simplificação de factos, mas na verdade complicar e usar palavras caras só
confunde as pessoas que ficam a olhar continuando sem saber que acções tomar, e
é importante que toda a gente perceba o que pode ser feito no dia-a-dia para
ajudar este problema mundial.
O caso
dos peixes (quem diz peixe diz também marisco) é muito complicado, porque o
controlo e muito menor que no mundo das carnes! O facto de ser de baixo de agua
e longe dos nossos olhos e mais fácil esconder muita coisa, e há muito pouco
controlo dos barcos que chegam. Quando os barcos sabem que vai haver controlo
avisam-se mutuamente e deitam ao mar todo o peixe que foi pescado a mais para
evitar serem multados! Chegou ao
ponto da Comissão Europeia ter criado uma lei em que se os barcos de uma
pescaria chegassem com peixe a mais, para evitar multas e desperdício de peixe
que já foi pescado, podiam vender a outras pescarias que não preencheram a
quota por exemplo.



E também, quem nunca teve aquela sensação ao comer um peixe fresco, de pensar “este peixe está mesmo fresco! Sabe mesmo a peixe!”
As
únicas marcas em que se pode confiar que o peixe e sustentável ou tem boas
aquaculturas é aquelas com o certificado do MSC (Marine Stweardship
Council: http://www.msc.org/, um
certificado azul-escuro com um certinho branco que parece um peixe (cuidado que
já houve uma organizacao que imitou o simbolo MSC e não e sustentável! As vezes
são os próprios supermercados que põe um certificado azul! Basta ter atenção se
o símbolo diz mesmo por escrito “Marine Stewardship Council”. Em Portugal o
certinho MSC só há no Lidl. É um peixe um pouco mais caro, e existe em pouca
quantidade, pois não é pescado em massa
como os outros.
Fora isto, a solução (para mim)
é sempre que possível, tentar comer
peixe e marisco pescado localmente!
É a
única coisa que se pode tentar fazer, embora seja difícil. Implica perguntar
aos empregados do restaurante de onde veio o peixe e onde foi pescado (é raro
saberem, a excepção dos restaurantes com boa reputação que têm mais
preocupação). Se o peixe for pescado na zona, normalmente é mais responsável.
Enfim…
não é perfeito, mas também não há soluções perfeitas pois existem tantos países
que não tem pesca local nem mar a volta. (logo, não têm peixe local)
Eu como bastante peixe, e como o Lidl aqui (Alemanha) tem imenso peixe estrangeiro MSC congelado é esse que eu como (nunca vi MSC fresco, e onde eu vivo não há peixe local).
Por
varias razões que me dizem respeito, não estou de acordo com quem é extremista
ao ponto de afirmar "não como peixe", acho que as pessoas devem
continuar a comer peixe, simplesmente tentar quando for possível optar pela
opção mais sustentável do peixe que vão comer, e tentar comer peixe da zona
onde estão.
Por
exemplo! Porque temos que comer solha/linguado Sul-Africano, quando o Português
é maravilhoso? Porque vamos comer ostras Asiáticas se em Portugal há ostras tao
boas? Claro que temos de saber balancear, arranjar um meio-termo, pois temos de
pensar que as vezes é impossível acomodar certas escolhas, quer seja por uma
questão financeira, ou de logística.
Isto é
só uma pontinha do problema da insustentabilidade, no nosso dia-a-dia há muitas
coisas que se pode fazer e não fazemos, nem eu faco, mas se tivermos sempre a
tentar fazer tudo certo, não temos tempo para mais nada… o tal bom senso /
saber balancear que eu falava."
Para terminar com uma boa notícia, Portugal não faz parte dos piores países!
Significa que alguma coisa está a ser feita pelos Portugueses
Sem comentários:
Enviar um comentário